terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Papa Francisco: para seguir Jesus é preciso se mexer, não ter a alma “parada”


As pessoas seguem Jesus, o seguem por interesse ou por uma palavra de conforto. O Papa Francisco refletiu sobre o Evangelho do dia para destacar que, embora a pureza de intenção não seja “total”, perfeita, é importante seguir Jesus, caminhar atrás Dele. As pessoas eram atraídas por sua autoridade, explicou o Papa, pelas “coisas que dizia e  como as dizia; ele também curava e muitas pessoas iam atrás Dele para serem curadas”. Certamente, observou o Papa, algumas vezes Jesus repreendeu as pessoas que o seguiam porque estavam mais interessadas em uma conveniência do que na Palavra de Deus.

Não aos cristãos parados

“Outras vezes”, disse ainda Francisco, as pessoas o queriam Rei, porque pensavam: ‘Ele é político perfeito!’”, mas as pessoas “erravam” e “Jesus foi embora, se escondeu”. O Senhor, porém, deixava que todos os seguissem, “porque sabia que todos somos pecadores”. O maior problema, afirmou portanto Francisco, “não eram os que seguiam Jesus”, mas os que ficavam “parados”:


“Os parados! Os que ficavam à beira do caminho. Ficavam sentados. Ficavam sentados lá alguns escribas: estes não seguiam, olhavam. Olhavam do balcão. Não caminhavam na própria vida: ‘balconavam’ a vida! Justamente ali: jamais arriscavam! Só sabiam julgar. Eram os puros e não se misturavam. Também os juízes eram duros, não? Em seu coração: ‘Que gente ignorante! Que gente supersticiosa!’. E quantas vezes também nós, quando vemos a piedade das pessoas simples nos vem em mente aquele clericalismo que tanto mal faz à Igreja”.

“Estes eram um grupo de parados”, advertiu o Papa. “Aqueles que ficavam ali, no balcão, olhando e julgando”. Mas há outros que ficam parados, acrescentou Francisco falando do homem que “há 38 anos ficava perto da piscina: parado, amargurado pela vida, sem esperança”, e “digeria a própria amargura: também este é outro parado, que não seguia Jesus e não tinha esperança”.

Para encontrar Jesus é preciso arriscar

Ao invés, essas pessoas que seguiam Jesus se “arriscavam” para encontrá-Lo, “para encontrar aquilo que queriam”:

“Essas pessoas de hoje, que arriscaram quando abriram o teto: correram o risco de que o proprietário da casa os acusasse, os levasse até o juiz e os fizessem pagar. Arriscaram, mas queriam ver Jesus. Aquela mulher doente há 18 anos arriscou quando secretamente só queria tocar a barra do manto de Jesus: arriscou sentir vergonha. Arriscou: queria saúde, queria chegar até Jesus. Pensemos na Cananéia: e as mulheres arriscam mais do que os homens, eh! Isso é verdade: são mais corajosas! E isso devemos reconhecer”.

O Papa citou ainda o caso da Cananéia, da pecadora na casa de Simão e da Samaritana. Todas arriscaram e encontraram a Salvação. “Seguir Jesus – disse Francisco – não é fácil, mas é belo! E sempre se arrisca”. E muitas vezes nos tornamos ridículos. Mas se encontra aquilo que realmente conta: “os pecados são perdoados”. “Porque atrás daquela graça que nós pedimos – a saúde ou a solução de um problema ou aquilo que for – há a vontade de ser curados na alma, de ser perdoados”. Todos nós, acrescentou, “sabemos ser pecadores. E por isso seguimos Jesus, para encontrá-Lo. E arriscamos”.

Evitar a alma “parada”

Devemos nos questionar, provocou o Papa: “Eu arrisco ou sempre sigo Jesus segundo as regras da casa de seguros?”, preocupados em não fazer uma coisa ou outra. “Não se segue Jesus deste jeito”, advertiu Francisco. “Assim se fica sentado, como aqueles que julgavam”:

“Seguir Jesus porque precisamos de algo ou seguir Jesus arriscando, e isso significa seguir Jesus com fé: esta é a fede. Entregar-se a Jesus, confiar Nele e com esta fé na sua pessoa essas pessoas abriram o teto para que a cama do paralítico caísse diante de Jesus para que Ele o curasse. ‘Confio em Jesus, entrego a minha vida a Jesus? Estou a caminho atrás de Jesus, embora seja ridículo algumas vezes? Ou fico sentado olhando como os outros fazem, olhando a vida ou fico sentado com a alma ‘sentada’ – digamos assim – com a alma fechada pela amargura, pela falta de esperança?’. Cada um de nós pode fazer essas perguntas hoje”.
Fonte: Rádio Vaticano

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