Amados irmãos e irmãs em Cristo, chegamos mais uma vez ao mês de setembro, que é dedicado a Bíblia, não que seja o mês especial para meditar, celebrar, ler e viver a Palavra, mas, o mês por excelência de refletir mais profundamente sobre a “Missão na Bíblia e a Bíblia na Missão” e redescobrir o lugar de Deus na ação evangelizadora da Igreja neste tempo em mudança.
Frei Carlos Mesters, de forma muito simples e profunda fala sobre a Bíblia que deve estar no coração, na mão e na missão, (título de um dos seus livros). Logo percebemos que Bíblia é um livro que se mistura com a vida a vida se mistura com ela. Pensar missão é pensar Bíblia, do contrário não é missão de Deus.
Podemos pensar na metáfora do deserto de João Batista quando pregou preparando os caminhos do Senhor. (Mc 1,1-8)
As guerras do tempo de Miquéias, são reproduzidas hoje com nova roupagem, mas, a questão sempre a mesma, a ganância pelo poder, levando ao sofrimento milhares de inocentes, enquanto os impérios se fortalecem uma multidão é ferida e excluída impiedosamente.
Temos a missão de resgatar a esperança da multidão banida pelas rodas sociais, religiosas, políticas, culturais... Devemos reconduzir o coração dos filhos ao Pai como fê-lo o profeta Elias.
A Missão que nasce no chão da Sagrada Escritura, deve ser antes de tudo, uma missão libertadora, pois, nasce do combate com as forças contrárias ao projeto de Deus libertador dos oprimidos (as).
Uma missão em saída rumo às periferias existenciais, lá onde a vida é ameaçada...
Enraizar a missão da Igreja na Tradição bíblica é correr o risco de ser crucificado, ter o mesmo destino do Mestre, que consumou sua missão no alto do calvário, recebendo a coroa de espinhos e cusparadas, todo tipo de humilhação.
Qual o lugar que a Palavra ocupa na missão que assumimos e quais o impactos positivos e negativos que a missão causa na vida das pessoas e instituições?
Frei Geraldo Bezerra de Sousa, OC
Mestrando em Missiologia pelo ITESP (Instituto Teológico São Paulo)
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