O tema da catequese do papa Francisco foi a cura do cego de Jericó, “um episódio que nos toca diretamente”.
Naqueles tempos - mas até pouco tempo atrás - um cego só podia viver de esmolas. “A figura deste cego representa tantas pessoas que, também hoje, se encontram marginalizadas por causa de um problema físico e ou de outro gênero”. Na beira da estrada, o cego é apartado e reprovado pela multidão, porque clama por Jesus. “Não sentem compaixão por ele; pelo contrário, se sentem incomodados com seus gritos.
Indiferença e hostilidade
“Quantas vezes vemos nas ruas pessoas doentes, sem comida... e nos sentimos incomodados. Vemos refugiados e isso nos incomoda. É uma tentação que todos temos, até eu. E por vezes, a indiferença e a hostilidade se transformam em agressão e insulto... ‘Mandem embora essa gente’...” A indiferença e a hostilidade tornam cegos e surdos, impedem de ver os irmãos e não permitem reconhecer neles o Senhor”.
Mas sem se deixar intimidar, o cego clama várias vezes, reconhecendo Jesus como Filho de Davi, o Messias aguardado. Diferentemente da multidão, este cego vê com os olhos da fé. Graças a ela, a sua súplica tem uma eficácia poderosa. Jesus então tira o cego da margem da estrada e o coloca no centro da atenção dos seus discípulos e da multidão. “Pensemos em nossas situações ruins, de pecado: Jesus segura a nossa mão e nos conduz ao caminho da salvação”.
O excluído no centro
Deste modo, obriga todos a se conscientizarem de que a boa nova implica colocar no centro do próprio caminho quem está excluído. “A passagem do Senhor é um encontro de misericórdia que reúne todos em volta Dele para permitir reconhecer quem necessita de ajuda e de consolação”.
Quando Jesus passa, há libertação e salvação
“É a ‘passagem’ da páscoa, o início da libertação: quando Jesus passa sempre há libertação, sempre há salvação! Também em nossa vida Jesus passa e quando percebemos, é um convite a sermos melhores, a segui-Lo”.
Como um servo humilde, Jesus pergunta o que o cego deseja. Este por sua vez responde chamando-o não mais de “Filho de Davi”, mas “Senhor” e pedindo para recuperar a visão. O seu desejo é atendido com essas palavras: “Vê; a tua fé te salvou”.
De mendigo a discípulo
Graças à fé, o cego recupera a visão e, sobretudo, se sente amado por Jesus. Por isso, decide segui-Lo, se faz discípulo. “De mendigo a discípulo. Todos nós somos mendicantes, passamos de mendigos a discípulos”. Quem queria calar, agora testemunha em alta voz o seu encontro com Jesus de Nazaré. Verifica-se então um segundo milagre: a cura do cego permite que também a multidão veja além das aparências. “Assim Jesus derrama a sua misericórdia sobre todos os que encontra: os chama, os reúne, os cura e os ilumina, criando um novo povo que celebra as maravilhas do seu amor misericordioso. Mas deixemos que Jesus nos cure, nos perdoe e sigamo-Lo”. (BF/CM)
Fonte: Rádio Vaticano
Nenhum comentário:
Postar um comentário