Conhecemos muito bem os “Dez Mandamentos de Deus”, – ou pelo menos deveríamos – mas será que temos ciência dos “Mandamentos da Igreja”, que por sinal tem o mesmo valor catequético.
A autoridade da Igreja foi dada pelo próprio Jesus: “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16), sem contar que a nossa Igreja Católica em questões ligadas a Fé e a Moral é infalível, já que é guiada pelo Espirito Santo: “Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas não sois capazes de compreender agora. Quando ele vier, o Espírito da Verdade, vos guiará em toda a verdade” (Jo 16,12s), sendo assim, devemos ter para com o “Magistério da Igreja”, os mesmos sentimentos que temos com a “Sagrada Escritura”.
A lei moral é obra da Sabedoria divina. Podemos defini-la, em sentido bíblico, como uma instrução paterna, uma pedagogia de Deus. Ela prescreve ao homem os caminhos, as regras de procedimento que o levam à bem-aventurança prometida e lhe proíbe os caminhos do mal, que desviam de Deus e do seu amor. E, ao mesmo tempo, firme nos seus preceitos e amável nas suas promessas. (CIC-1950)
A lei é uma regra de procedimento emanada da autoridade competente em ordem ao bem comum. A lei moral pressupõe a ordem racional estabelecida entre as criaturas, para seu bem e em vista do seu fim, pelo poder, sabedoria e bondade do Criador. Toda a lei encontra na Lei eterna a sua verdade primeira e última. A lei é declarada e estabelecida pela razão como uma participação na providência do Deus vivo, Criador e Redentor de todos. «Esta ordenação da razão, eis o que se chama a lei» (CIC-1951)
A Igreja, «coluna e fundamento da verdade» (1Tm 3,15), «recebeu dos Apóstolos o solene mandamento de Cristo de anunciar a verdade da salvação». «À Igreja compete anunciar sempre e em toda a parte os princípios morais, mesmo de ordem social, bem como emitir juízo acerca de quaisquer realidades humanas, na medida em que o exigirem os direitos fundamentais da pessoa humana ou a salvação das almas». (CIC-2032)
A Lei de Deus, confiada à Igreja, é ensinada aos fiéis como caminho de vida e de verdade. Os fiéis têm, portanto, o direito de serem instruídos sobre os preceitos divinos salvíficos que purificam o juízo e, com a graça, curam a razão humana ferida. E têm o dever de observar as constituições e decretos emanados da autoridade legítima da Igreja. Mesmo que sejam disciplinares, tais determinações requerem docilidade na caridade. (CIC-2037)
Cientes do seu valor, vejamos o que ensina a Santa Igreja sem deixa de levar em conta a advertência que se encontra lago no primeiro paragrafo: “mínimo indispensável”, ou seja, devemos ir mais além, nos colocando de forma mais presente, buscando uma maior intimidade com Deus.
Cinco Mandamentos da Igreja
1. Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho.
2. Confessar-se ao menos uma vez por ano.
3. Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da Ressurreição.
4. Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja.
5. Ajudar a Igreja em suas necessidades.
Os mandamentos da Igreja situam-se nesta linha de uma vida moral ligada à vida litúrgica e que dela se alimenta. O caráter obrigatório dessas leis positivas promulgadas pelas autoridades pastorais tem como fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável no espírito de oração e no esforço moral, no crescimento do amor de Deus e do próximo. (CIC-2041)
O primeiro mandamento
Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho.
Ordena aos fiéis que santifiquem o dia em que se comemora a ressurreição do Senhor e as festas litúrgicas em honra dos mistérios do Senhor, da santíssima Virgem Maria e dos santos, em primeiro lugar participando da celebração eucarística, em que se reúne a comunidade cristã, e se abstendo de trabalhos e negócios que possam impedir tal santificação desses dias. (CIC-2042)
O segundo mandamento
Confessar-se ao menos uma vez por ano.
Assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção do sacramento da Reconciliação, que continua a obra de conversão e perdão do Batismo. (CIC-2042)
O terceiro mandamento
Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição.
Garante um mínimo na recepção do Corpo e do Sangue do Senhor em ligação com as festas pascais, origem e centro da Liturgia Cristã. (CIC-2042)
O quarto mandamento
Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja.
Determina os tempos de ascese e penitência que nos preparam para as festas litúrgicas; contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos instintos e a liberdade de coração. (CIC-2043)
O quinto mandamento
Ajudar a Igreja em suas necessidades
Recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades. (CIC-2043)
Descumprir os Mandamentos é pecado?
Tentado pelo Diabo, o homem deixou morrer no coração a confiança no seu Criador. Abusando da liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Nisso consistiu o primeiro pecado do homem. Daí em diante, todo o pecado será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança na sua bondade. (CIC-397)
Fonte: Catecismo da Igreja Católica