sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O que teria sido a misteriosa estrela que surgiu nos céus, guiando os Reis Magos até Belém?




O que teria sido a misteriosa estrela que surgiu nos céus, guiando
os Reis Magos até Belém?

Nas Sagradas Escrituras vemos Deus muitas vezes comunicar-se aos homens por meio de sinas na natureza: a brisa da tarde no Paraíso, o arco-íris após o dilúvio, a sarça ardente, a diáfana nuvem de Santo Elias etc. E em seu próprio nascimento, Ele quis usar de um sinal no céu: a Estrela de Belém. Esse fato nos é narrado apenas por um dos evangelistas: São Mateus.
Na verdade, naquela época acreditava-se que o nascimento de pessoas Na verdade, naquela época acreditava- se que o nascimento de pessoas importantes estava relacionado com certos movimentos dos astros celestes.


Assim, dizia-se que Alexandre o Grande, Júlio César, Augusto e até filósofos como Platão tiveram a sua estrela, aparecida no céu quando eles vieram ao mundo. Muito se tem comentado a respeito da estrela surgida aos três Reis Magos , guiando-os até o local bendito em que o Salvador haveria de nascer.
E não faltaram homens de ciência tentando encontrar uma explicação natural para esse evento sobrenatural, centro da história humana. Não temos a pretensão de fazer um compêndio científico a respeito, mas não deixa de ter certo interesse conhecer, ainda que de modo sumário, as principais tentativas de solucionar esse enigma. Uma das primeiras teorias levantadas era que esse astro teria sido o planeta Vênus. Pois a cada 19 meses, pouco antes do nascer do Sol, ele aparece dez vezes mais claro que a mais brilhante das estrelas: a Sírius.
Mas esse já era, então, um fenômeno assaz conhecido pelos povos do oriente e, portanto, para os Reis Magos nada teria de extraordinário.
Outra hipótese foi levantada por um astrônomo reconhecido nos meios científicos do século XVI: Johannes Kepler. Tentou ele demonstrar com seus longos estudos, que esse astro não era apenas um, mas a conjunção de dois planetas: Júpiter e Saturno. Quando eles se sobrepõem, somam-se os respectivos brilhos. Um fenômeno desses foi por ele observado em 1604 e podia produzir um efeito semelhante ao que nos conta a Bíblia. A partir daí, Kepler defendeu sua teoria.



Mas existem três problemas ao fazer essa afirmação: primeiro, essa conjunção dura apenas algumas horas, e a estrela que apareceu para os Reis Magos foi visível por eles durante semanas; segundo, Júpiter e Saturno nunca se fundem completamente numa única estrela. Mesmo a olho nu, seriam sempre visíveis dois corpos; terceiro, ao menos que a data do nascimento do Menino Jesus esteja muito mal calculada, tal conjunção só poderia ter lugar três anos depois.
Há quem diga que a estrela foi, na verdade, um meteoro especialmente brilhante. Mas um meteoro só pode durar alguns segundos e seria muito forçado crermos que esses poucos segundos de visibilidade bastariam para guiar os reis magos numa viagem através de quilômetros em um deserto inabitável, e que ao chegarem em Belém, apareceu um outro meteoro semelhante, indicando o local exato onde estava o Menino-Deus.
Orígenes, Padre da Igreja nascido em Alexandria, Egito, chegou a acreditar ser a Estrela de Belém um cometa. Pois alguns cometas chegam a ser centenas de vezes maiores que a Terra, e sua luz pode dominar o firmamento durante semanas.
Além disso, alguns sustentam que São Mateus teria ficado tão impressionado com o cometa Halley, visto nos céus em 66 d.C. ou pelo testemunho dos mais antigos cristãos que o tinham visto em 12 a.C., que o incluiu na história. Outros afirmam ter sido o próprio Halley, a Estrela de Belém.
Mas devemos reconhecer que as duas datas citadas estão muito afastadas do nascimento de Jesus, para serem unidas a ele. E segundo os dados catalogados, não há menção de nenhum outro cometa que tenha sido visto a olho nu entre os anos 7 a.C e 1 d.C., período no qual se aceita ter nascido o Messias. Além disso, é corrente serem os cometas na Antigüidade anunciadores de desgraças e não de bênçãos. Uma última hipótese dita científica é a que tenha sido uma "Nova".
Existem certas estrelas que explodem de tal forma que sua luz aumenta centenas de vezes em poucas horas. São as chamadas "Novas", ou "Supernovas", dependendo da intensidade da explosão. Calcula-se que a cada mil anos, aproximadamente, uma estrela se transforme em "Supernova", sendo este fenômeno visível durante vários meses, até mesmo durante o dia.
Mas já não se crê nessa hipótese, pois tais explosões, devido à sua magnitude mesmo depois de séculos deixam traços inconfundíveis no espaço, como manchas estelares etc. Entretanto, até hoje não se descobriu nenhum indício de tal fenômeno ocorrido nesse período histórico.


Embora várias tentativas de explicação científica não tenham dado respostas plenamente satisfatórias ao mistério da Estrela de Belém, isso em nada diminui o mérito dos esforçados estudiosos que com reta intenção buscam desvendar os 
enigmas da natureza. Masdeixando essas hipóteses de lado por um momento, voltemos nossos olhos à outro aspecto da questão: o campo teológico, onde se considera que essa estrela era a realização da profecia do Antigo Testamento: "Uma estrela avança de Jacó, um cetro se levanta de Israel" (Num 24,17).



Alguns teólogos defendem que São Mateus fez uma interpretação das tradições da época, referindo-se ao astro não como uma estrela no sentido literal, mas como símbolo do nascimento de um personagem importante. Mas São Tomás, o Doutor Angélico, já havia pensado nisso em sua época e resolveu a questão na Suma Teológica (III, q. 36, a.7), usando cinco argumentos tirados de São João Crisóstomo:

1º. Esta estrela seguiu um caminho de norte ao sul, o que não é comum ao geral das estrelas.

. Ela aparecia não só de noite, mas também durante o dia.

3º. Algumas vezes ela aparecia e outras vezes se ocultava.

4º. Não tinha um movimento contínuo: andava quando era preciso que os magos caminhassem, e se detinha quando eles deviam se deter, como a coluna de nuvens no deserto.

. A estrela mostrou o parto da Virgem não só permanecendo no alto, mas também descendo, pois não podia indicar claramente a casa se não estivesse próxima da terra.

Mas se esse astro não foi propriamente uma estrela do céu, o que era ela? Segundo o próprio São Tomás, ainda citando o Crisóstomo, poderia ser:

1º. O Espírito Santo, assim como ele apareceu em forma de pomba sobre Nosso Senhor em Seu batismo, também apareceu aos magos em forma de estrela.

2º. Um anjo, o mesmo que apareceu aos pastores, apareceu aos reis magos em forma de estrela.

3º. Uma espécie de estrela criada à parte das outras, não no céu mas na atmosfera próxima à terra, e que se movia segundo a vontade de Deus.

Como solução ao mistério da Estrela de Belém, São Tomás acreditava ser mais provável e correta esta última alternativa. De qualquer forma, temos a certeza de que essa estrela continua a brilhar não só no alto das árvores de Natal, mas principalmente na alma de cada cristão ao comemorar a Luz nascida em Belém para iluminar os caminhos da humanidade. 

Fonte: Revista Arautos do Evangelho, Dez/2007, n. 72, p. 36-37

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A Cura de um leproso, de corpo e alma: conheça este Milagre de São Francisco de Assis


Como São Francisco curou o leproso de alma e corpo; e o que a alma lhe disse subindo ao Céu.
O verdadeiro discípulo de Cristo, monsenhor S. Francisco, vivendo nesta miserável vida, com todo seu esforço se empenhava em seguir a Cristo perfeito mestre.
De onde advinha frequentes vezes, por divina inspiração, que, de quem ele sarava o corpo, Deus na mesma hora lhe sarava a alma, tal como se lê de Cristo.
Pelo que servia não só voluntariamente os leprosos, mas havia também ordenado que os frades de sua Ordem, andando ou parando pelo mundo, servissem aos leprosos pelo amor de Cristo, o qual quis por nós ser considerado leproso:
Adveio em um lugar próximo ao em que morava S. Francisco, servirem os frades em um hospital a leprosos e enfermos, no qual havia um leproso tão impaciente e insuportável e arrogante que cada um acreditava certamente, e assim o era, estar possuído do demônio.
Porque aviltava com palavras e pancadas tão cruelmente a quem o servisse, e, o que era pior, com ultrajes blasfemava contra Cristo bendito e sua Santíssima Mãe, a Virgem Maria, que por nenhum preço se encontrava quem o pudesse ou quisesse servir.
E ainda que os frades procurassem suportar pacientemente as injúrias e vilanias para aumentar o mérito da paciência, no entanto não podiam em sua consciência sofrer as contra Cristo e sua mãe, resolvendo por isso abandonar o dito leproso.
Mas não o quiseram fazer sem falar antes, conforme a Regra, com S. Francisco, o qual vivia então em um convento próximo dali.
E tendo-lho explicado, S. Francisco foi procurar aquele leproso perverso; e aproximando-se dele, saúda-o, dizendo: “Deus te dê a paz, irmão meu caríssimo”.
Respondeu o leproso com arrebatamento: “E que paz posso ter eu de Deus que me tirou a paz e todos os bens e me fez todo podre e asqueroso?”.
E S. Francisco disse: “Filho, tem paciência; porque as enfermidades do corpo nos são dadas por Deus neste mundo para a salvação da alma, pois são de grande mérito quando suportadas em paz”.
Responde o enfermo: “E como posso suportar com paciência o tormento contínuo que me aflige de dia e de noite? E não somente me aflige essa enfermidade, mas muito pior fazem os teus frades que me deste para me servir, e não me servem como devem”.
Então S. Francisco, conhecendo pela divina revelação que este leproso estava possuído do espírito mau, foi e se pôs em oração e suplicou devotamente a Deus por ele.
E terminada a oração, volta a ele e diz-lhe: “Filho, quero servir-te eu, porque não estas contente com os outros”. “Esta bem, disse o enfermo; que me podes fazer mais do que os outros?” Responde S. Francisco: “Farei o que quiseres”.
Disse o leproso: “Quero que me laves todo o corpo; porque tenho cheiro tão ruim, que nem mesmo eu me posso suportar”. Então S. Francisco mandou ferver água com muitas ervas aromáticas: depois lhe tira a roupa e começa a lavá-lo com as suas mãos, enquanto outro irmão punha-lhe água em cima.
E por divino milagre, onde S. Francisco tocava com suas mãos, desaparecia a lepra e a carne ficava perfeitamente curada.
E quando começou a carne a sarar, também começou a alma a sarar; donde o leproso, vendo-se começar a curar, começou a ter grande compunção e arrependimento dos seus pecados e a chorar amarissimamente.
De modo que, enquanto o corpo se limpava por fora da lepra pela lavagem com água, a alma se limpava por dentro do pecado pela contrição e pelas lágrimas.
E ficando completamente sarado quanto ao corpo e quanto à alma, humildemente reconheceu sua culpa e disse chorando em altas vozes: “Ai de mim, que sou digno do inferno pelas vilanias e injúrias que fiz e disse aos frades e pela impaciência e pelas blasfêmias que disse contra Deus”.
E perseverou por quinze dias em amargo pranto por seus pecados e em pedir misericórdia a Deus, confessando-se ao padre inteiramente.
E S. Francisco, vendo um milagre tão expressivo, o qual Deus tinha operado pelas mãos dele, agradeceu a Deus e partiu-se, indo daí a terras muito distantes: porque por humildadequeria fugir de toda a glória humana, e em todas as suas operações só procurava a honra e a glória de Deus e não a própria.
Pois, como foi do agrado de Deus, o dito leproso, curado do corpo e da alma, após quinze dias de penitência, enfermou de outra enfermidade: e armado com os santos sacramentos da santa madre Igreja, morreu santamente.
E sua alma, indo ao paraíso, apareceu nos ares a S. Francisco, que estava em uma selva em  oração, e disse-lhe: “Reconheces-me?” – “Quem és?”, disse S. Francisco.
E ele disse: “Sou o leproso, o qual Cristo bendito sarou por teus méritos, e hoje vou à vida eterna, pelo que rendo graças a Deus e a ti. Bendito sejam tua alma e teu corpo e benditas as tuas palavras e obras: porque por ti muitas almas se salvarão no mundo.
E saibas que não há dia no mundo no qual os santos anjos e os outros santos não deem graças a Deus pelos santos frutos que tu e a Ordem tua fazeis em diversas partes do mundo: e portanto toma coragem e agradece a Deus e fica com a sua bênção”. E ditas estas palavras subiu para o céu; e S. Francisco ficou muito consolado. 
Em louvor de Cristo. Amém. 
Fonte: I Fioretti – capítulo 25 

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Reflexão sobre a oração do Pai Nosso




“Pai Nosso que estais no Céus, Santificado... seja o teu Nome... (Mateus 6:9)
Se em nossa vida não agimos como filhos de Deus;

Se não reconhecermos que tanto o rico como o pobre, o grande e o pequeno, o doente e o que tem saúde, são nossos irmãos, fechando nosso coração ao amor, com certeza, será inútil dizer. “Pai Nosso”.

Se nossos valores são representados pelos bens da terra, e não nos preocupamos em atender as necessidades do próximo, e só pensar em nós mesmos, será inútil dizer. “Que estais no céu.”



Se pensarmos apenas em ser cristãos por medo, tradição, superstição e comodismo, esperando receber de Deus as bênçãos diárias e não vivemos uma vida voltada ao respeito e a honra que só Ele merece, será inútil dizer: “Santificado seja o teu Nome.”

Se acharmos tão sedutora a vida aqui, cheia de supérfluos e futilidades é inútil dizer. “Venha o teu reino.”



A vontade de Deus está fortemente fundamentada em seu grande AMOR por nós, mas se no fundo queremos mesmo é que todos os nossos desejos se realizem.
Será inútil dizer: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.”



Se preferimos acumular riquezas, fazendo disso a primeira preocupação da nossa vida, e desprezar nosso irmãos que passam fome, será inútil dizer: “ O Pão nosso de cada dia nos dá hoje.”

Se não nos importamos em ferir, sermos injustos, oprimir e magoar aos que atravessam nosso caminho. É inútil dizer: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.”

Se acolhermos sempre o caminho mais fácil, que nem sempre é o caminho certo, será inútil dizer: “E não nos deixei cair em tentação.”



Se por nossa vontade procuramos os prazeres do mundo e tudo o que é proibido nos seduz, também é inútil dizer: “Nos livra-nos do mal.”

Se continuarmos vivendo e agindo como se fossemos a pessoa mais importante e não acertamos que Deus é amor e que Ele só deseja o bem dos seus filhos, será inútil dizer: “Pai teu é o reino, o poder e a glória.”

Mesmo sabendo que Deus é nosso Pai, que nos ouve, nos aceita como somos, nos perdoa e que nos dar a libertação dos pecados e conceder-nos a vida eterna, e ainda assim, continuamos nos omitindo e nada fazendo para nos modificar, será completamente inútil dizer: “Para sempre, Amém.”




Escrito por Maria Aparecida Fernandes (Cida)

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Conheça um pouco sobre a história de Nossa Senhora Aparecida

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Paróquia São José - São José do Alegre/MG 
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Conheça um pouco sobre a história de Nossa Senhora Aparecida

Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil rogai por nós.

Após cerca de 17 dias de viagem, a 12 de outubro de 1717, chegava o governador e Conde de Assumar, com sua comitiva, à região de Guaratinguetá.

Os manuscritos da época relatam que:

“A Câmara da Vila notificou então os pescadores que apresentassem todo o peixe que pudessem haver para o dito governador. Entre muitos, foram pescar em suas canoas Domingos Martins Garcia, João Alves e Felipe Pedroso e, principiando a lançar suas redes no porto de José Corrêa leite, continuaram até o porto de Itaguaense, distância bastante, sem tirar peixe algum. E lançando neste porto João Alves a sua rede de rasto tirou o corpo da Senhora, sem cabeça, e, lançando mais abaixo outra vez a rede, tirou a cabeça de mesma Senhora, não se sabendo nunca quem ali a lançasse. A imagem encontrada media 38 cm de altura e apresentava cor bronzeada.

E, continuando a pescaria, não tendo até então peixe algum, dali por diante foi tão copiosa em poucos lances que, receosos de naufragarem pelo muito peixe que tinham nas canoas, ele e os companheiros se retiraram a suas moradas, admirados deste sucesso” (cf. Marcondes Homem de Mello, Álbum da Coroação. Brasílio Machado, A Basílica de Aparecida).

Após limpar e recompor a imagem os pescadores a levaram para as suas casas; mas verificaram-se alguns sinais milagrosos, que chamaram a atenção do Pe. José Alves Vilela, pároco de Guaratinguetá. Certa vez, durante uma dessas práticas aconteceu que, embora a noite estivesse muito calma, de repente se apagaram as velas que alumiavam a imagem da Senhora. Os fiéis, querendo reacendê-las, verificaram com surpresa que elas por si, sem intervenção de alguém, se reacenderam.

O Padre José Alves então decidiu construir para a Santa Mãe uma capela para satisfazer ao crescente número de devotos da Virgem. Depois esta capela foi substituída por outra maior no morro dos Coqueiros em 1745, morro que tomou o nome de “Aparecida” (hoje cidade de Aparecida do Norte).

Em 1846 foi iniciada a construção de templo maior, que ainda em Aparecida do Norte. No ano de 1980 foi abençoada a nova e grande Basílica, alvo de peregrinações numerosas durante o ano inteiro.
(Conhecendo um pouco mais sobre Nossa Senhora Aparecida)


ESTA CHEGANDO O DIA DE NOSSA SENHORA 




Em 1846 foi iniciada a construção de templo maior, que existe em Aparecida do Norte. No ano de 1980 foi abençoada a nova e grande Basílica, alvo de peregrinações numerosas durante o ano inteiro.

Em 1884 a Princesa Isabel doou uma coroa a Nossa Senhora Aparecida. Com a doação desta joia, a princesa pagava uma promessa feita a Maria Santíssima, em que pedira, em 1868, um herdeiro para o trono. Sete anos após ter feito o pedido, a princesa Isabel deu à luz D. Pedro de Alcântara.

Em 1884 a princesa retornou a Aparecida com a coroa e com os três filhos, D. Pedro de Alcântara, D. Luiz Felipe e D. Antônio. A Coroação deu-se em 1904.

Em 1930 o Brasil foi solenemente consagrado a Nossa Senhora Aparecida pelo Cardeal D. Sebastião Leme na presença do Presidente da República Washington Luiz, e de numerosas autoridades religiosas, civis e militares.
(Conhecendo um pouco mais sobre Nossa Senhora Aparecida)

Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil rogai por nós.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Arcanjos

Os anjos foram dotados por Deus de inteligência perfeitíssima e, no entanto,

pecaram, revoltando-se contra seu Criador. Mistério do mal...  São Miguel,  por sua fidelidade, recebeu em prêmio a missão de  proteger a Santa Igreja.

Divididos em nove coros subordinados um ao outro, os anjos que se conservaram fiéis formam um exército invencível. Seu número é incalculável. Só há três anjos cujos nomes próprios as Escrituras Sagradas nos dão a conhecer.
São Miguel é o grande capitão do exército celeste. Seu nome Mi-cha-el significa, quem é igual a Deus? Quando Lúcifer, cego peloANJO_2.jpgorgulho, quis igualar-se ao Altíssimo, Miguel exclamou com voz trovejante: "Quem é igual a Deus?" E acompanhado pelos anjos fiéis, precipitou do alto dos céus a tropa rebelde dos apóstatas. Assim se tornou o generalíssimo do incontável exército dos santos anjos. Vê-se, nos profetas, que era o protetor do povo de Israel; agora o é da Igreja.
São Gabriel, cujo nome significa Força de Deus, anuncia ao profeta Daniel a época da grande obra de Deus, a época do Filho de Deus feito homem, Cristo condenado à morte, a remissão dos pecados, o Evangelho pregado a todas as nações, a ruína de Jerusalém e de seu templo, a condenação final do povo judeu. É o mesmo anjo Gabriel que prediz ao sacerdote Zacarias, no templo, no santuário, junto ao altar dos perfumes, o nascimento de um homem que será chamado João, ou cheio de graça, e que não mais anunciará a vinda do Salvador, mas que o apontará: "Eis o Cordeiro de Deus! Eis quem tira os pecados do mundo!" É o mesmo arcanjo, sempre enviado para anunciar grandes coisas, que irá à humilde casa de Nazaré anunciar à Virgem Maria a maior de todas as coisas; comunicar que, sem deixar de ser virgem, ela daria à luz ao Filho do Altíssimo, que seria chamado Jesus ou Salvador, porque seria o Salvador do mundo. É esse glorioso arcanjo que nos ensina a dizer tal como ele: "Ave-Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres!"
São Rafael, cujo nome significa Médico ou cura de Deus, dá-se a conhecer a Tobias: "Quando oráveis, vós e Sara vossa nora, ou apresentava o memorial de vossas orações diante do santo; e quando sepultáveis os mortos, estava presente junto de vós. Quando não vos recusáveis a levantar-vos da mesa e deixar vosso jantar para amortalhardes um morto, o bem que praticáveis não permanecia oculto; pois eu estava convosco. E por que éreis agradáveis a Deus, foi necessário que fosseis provados. Agora, porém, Deus enviou-me para curar-vos, a vós e a Sara, esposa de vosso Filho. Sou Rafael, um dos sete anjos que apresentam as orações dos santos, e que podem defrontar a majestade do Santíssimo!
* * * * * * * *
Todos os domingos, um incontável número de fiéis no orbe católico canta ou recita durante a celebração da sagrada Eucaristia o símbolo da nossa fé. As verdades de nossa santa religião são proclamadas, uma após outra, numa inspirada e sublime síntese, até completar a totalidade da única doutrina da fé: "Assim como a semente da mostarda contém num pequeníssimo grão um grande número de ramos - ensina-nos São Cirilo de Jerusalém -, da mesma forma este resumo da fé encerra em algumas palavras todo o conhecimento da verdadeira piedade contida no Antigo e no Novo Testamento".
"Creio em Deus Pai todo-poderoso!" Depois desta primeira e fundamental afirmação, da qual dependem todos os outros artigos do Credo, proclamamos em seguida "o começo da história da salvação": "Criador do Céu e da terra!"
O mistério da criação
Deus, Ser absoluto e eterno, não precisava de nenhuma criatura que Lhe rendesse homenagens e reconhecesse sua grandeza sem limites. Entretanto, em sua misericórdia, quis criar, não para aumentar a própria glória, intrínseca e sempiterna, mas para manifestar seu amor todo-poderoso e "comunicar sua glória" aos seres por Ele criados, fazendo-os participar de sua verdade, sua bondade e sua beleza.
Uma imensa multidão de criaturas diversas e desiguais - seres visíveis e invisíveis, inteligentes ou desprovidos de razão, dispostos numa maravilhosa hierarquia - constituiu então a Ordem do universo, reflexo da perfeição adorável danjo_3.jpgo Ser infinito, que só se manifestaria totalmente, na plenitude dos tempos, por seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, o Verbo eterno encarnado.
Explica o Doutor Angélico que "todo efeito representa algo da sua causa". Assim, em todas as criaturas podemos encontrar vestígios da eterna Sabedoria que as tirou do nada: nos astros que enchem as vastidões do firmamento e cujas constelações encontramse separadas, às vezes, por milhões de anos-luz; nos diminutos grãos de areia, jamais iguais entre si, que cobrem desertos e praias; na variedade assombrosa de vegetais, que vai da "erva do campo que hoje existe e amanhã é queimada" (Mt 6, 30) às seculares sequóias e jequitibás; no admirável instinto dos insetos, na fidelidade quase inteligente de um cão, na delicadeza virginal de um arminho, nos milhares de micróbios que podem pulular numa gota de água... Mas quis Deus espelhar-se sobretudo no homem, criando-o à sua imagem. E ao constituí-lo um composto de corpo corruptível e alma imortal, o tornou elo de ligação entre a matéria e o mundo espiritual.
O mundo angélico
Porém, no alto desta grandiosa hierarquia, "superando em perfeição todas as criaturas visíveis", colocou Deus a natureza angélica: espíritos puros, inteligentes e capazes de amar, cheios da graça divina desde o início de sua existência, na aurora da primeira manhã da criação. Distribuídos e ordenados por Deus em nove coros - Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos - constituem o exército da celeste Jerusalém e receberam a tríplice missão de perpétuos adoradores da Santíssima Trindade, executores dos divinos desígnios e protetores do gênero humano.
Imensa e incalculável é esta corte do Senhor. "Porventura podem ser contadas as suas legiões?", pergunta o livro de Jó (25, 3). E o profeta Daniel, abismado, escreveu: "Eram milhares de milhares os que o serviam, e mil milhões os que assistiam diante d'Ele" (Dn 7, 10). Entretanto, cada um desses espíritos possui uma personalidade própria, inconfundível e específica, não havendo sido criado um igual ao outro.
O primeiro dos anjos
A tanta diversidade e esplendor quis Deus colocar um ápice, um ponto monárquico, um ser que espelhasse de modo inigualável a luz eterna e inextinguível. Maravilha dentre as maravilhas, obra-prima do mundo angélico, fulgurava no mais alto dos coros e todos extasiavam-se diante dele. "Tu és o selo da semelhança de Deus, cheio de sabedoria e perfeito na beleza; tu vivias nas delícias do paraíso de Deus e tudo foi empregado em realçar a tua formosura!" (cf. Ez 28, 12-13).
Sendo o primeiro dos serafins, iluminava todos os espíritos celestes com os reflexos da divindade que sua inteligência ímpar discernia com o auxílio da graça. Lúcifer era seu nome: o que levava a luz...
A prova dos espíritos celestes
Entretanto, antes de poder contemplar, por toda a eternidade, a essência de Deus, deviam os anjos passar por uma prova, e apesar da altíssima perfeição da sua natureza, "não podiam dirigir-se a esta bem-aventurança por sua vontade, sem ajuda da graça de Deus".
Diante deles a face do Ser infinito permanecia como que envolta em penumbras e só seus reflexos eram capazes de alimentar o ardente amor das legiões do Senhor.
Segundo afirmam Tertuliano, São Cipriano, São Basílio, São Bernardo e outros santos, a prova que decidiu o destino eterno dos espíritos angélicos foi o aSan Gabriel Pq S Sulpice Fougeres.jpgnúncio da Encarnação do Verbo, Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, o qual haveria de nascer da Virgem Maria.
Podemos imaginar, então, que um frêmito de assombro percorreu as fileiras das milícias celestes ao conhecerem intuitivamente, por uma ação de Deus, o plano da Salvação: o Criador eterno, inacessível, todo-poderoso, se uniria hipostaticamente à natureza humana, elevando-a assim até o trono do Altíssimo; e uma mulher, a Mãe de Deus, tornar-se-ia medianeira de todas as graças, seria exaltada por cima dos coros angélicos e coroada Rainha do universo!
O inexplicável surgia diante dos anjos como sendo o píncaro e o centro da obra da criação.
A prova havia chegado. Amar sem entender! Amar sobre todas as coisas ao Deus Altíssimo que numa sublime manifestação de seu amor havia tirado do nada todas as criaturas! Reconhecer, num supremo lance de adoração e submissão, a superioridade infinita da Bondade absoluta e eterna! Era este o ato que confirmaria os espíritos angélicos na graça divina e os introduziria na visão beatífica para todo o sempre.
A primeira revolução da História
Lúcifer, porém, duvidou diante de um mistério que ultrapassava seu angélico entendimento. Será que Deus ignorava a natureza perfeitíssima dos anjos e preferia unir-Se a um ser humano, tão inferior a eles na ordem das criaturas? Ele, o mais alto dos serafins, seria compelido a adorar um homem? "Esta união hipostática do homem com o Verbo pareceu-lhe intolerável e desejou que fosse realizada com ele", afirma Cornélio a Lápide. Sim, só a ele mesmo, Lúcifer, "o perfeito desde o dia da criação" (Ez 28, 15), deveria Deus unir-Se e deste modo constituí-lo como o mediador único e necessário entre o Criador e as criaturas. Assim, "aquele que do nada havia sido feito anjo, comparando-se, cheio de soberba, com o seu Criador, pretendeu roubar o que era próprio do Filho de Deus", conclui São Bernardo.
"O anjo pecou querendo ser como Deus" e o príncipe da luz tornou- se trevas.
Fez-se ouvir o primeiro grito de revolta da história da criação: "Não servirei! Subirei até o Céu, estabelecerei o meu trono acima dos astros de Deus, sentar-me-ei sobre o monte da aliança! Serei semelhante ao Altíssimo!" (cf. Is 14,13-14).
O defensor da glória de Deus
Ecoou, então, um brado no Céu: "Quem como Deus?"
Entre o anjo revoltado e o trono do Todo-Poderoso erguia-se "um dos primeiros príncipes" (São Miguel.jpgDn 10, 3), um serafim incomparavelmente mais esplendoroso e forte do que havia sido "o que levava a luz". Quem era este que ousava desafiar o mais alto dos anjos e agora refulgia invencível, revestido do "poder da justiça divina, mais forte que toda a força natural dos anjos"?
Quem era este? Chama viva de amor, labareda de zelo e humildade, executor da divina justiça.
"Quem como Deus?" - Milhões de milhões dos espíritos celestes repetiram o mesmo brado de fidelidade. "Quem como Deus?" - Este sinal de fidelidade, que em hebraico se diz Mi-ka-el, passou a ser o nome daquele serafim que por sua caridade ímpar foi o primeiro a levantar-se em defesa da Majestade ofendida.
Michael, Miguel: nome que exprime, em sua sonora brevidade, o louvor mais completo, a adoração mais perfeita, o reconhecimento mais cheio de amor da transcendência divina e a confissão mais humilde da contingência da criatura.
A primeira batalha de uma guerra eterna
"Houve no Céu uma grande batalha" (Ap 12, 7). Luta entre anjos e demônios, luta da luz contra as trevas, da fidelidade contra a soberba, da humildade e da ordem contra o orgulho e a desordem. "Miguel e os seus anjos pelejavam contra o dragão, e o dragão com os seus anjos pelejavam contra ele" (Ap 12, 7).
Satanás, desvairado de orgulho e "obstinado em seu pecado", "arrastou a terça parte" (Ap 12, 4) dos espíritos angélicos, submergindo-os consigo nas trevas eternas da revolta. Porém, estes não prevaleceram, nem o seu lugar se encontrou mais no Céu. Foi precipitado aquele grande dragão, que se chama demônio e Satanás, e foram junto com ele os seus anjos (cf. Ap 12, 8-9) nos abismos tenebrosos do inferno (cf. 2Pd 2, 4).
Um imenso clamor encheu o universo: Como caíste do céu, ó astro resplandecente, que no nascer do dia brilhavas? (cf. Is 14, 12). A tua soberba foi abatida até os infernos! (cf. Is 14, 11). E enquanto o serafim revoltado era visto "cair do céu como um relâmpago" (Lc 10, 18) e ser condenado ao fogo inextinguível, "preparado para ele e os seu anjos" (Mt 25, 41), São Miguel era elevado pelo Rei eterno ao píncaro da hierarquia dos anjos fiéis e se tornava o "gloriosíssimo príncipe da milícia celeste", como é designado pela liturgia da Santa Igreja Católica.
O novo campo de batalha
Restabelecida a ordem nos céus angélicos, o campo de batalha onde prosseguiu a luta entre a luz e as trevas passou a ser a terra dos homens. O anjo destronado conseguiu seduzir nossos primeiros pais a pecarem, como ele, contra o Altíssimo, querendo ser como deuses (cf. Gn 3,5), e o Senhor Deus declarou guerra ao tentador: "Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela" (Gn 3, 15).
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A partir deste momento uma luta árdua contra o poder das trevas perpassa a história da humanidade. Iniciada na origem do mundo, vai durar até o último dia, segundo as palavras do Senhor. Inserido nesta batalha, o homem deve lutar sempre para aderir ao bem.
Neste combate, além das armas decisivas da graça de Deus, que recebemos superabundantemente por meio dos sacramentos, contam os homens com o auxílio e a proteção dos anjos. E ao príncipe da Jerusalém celeste corresponde a capitania de todas as legiões angélicas na luta contra as forças do inferno, pela salvação das almas. Assim, São Miguel continua na terra a luta triunfal que iniciou no Céu.
Protetor do povo eleito e da Santa Igreja
Foi São Miguel o anjo tutelar do povo de Israel.
Nas Sagradas Escrituras, é ele mencionado pela primeira vez no livro de Daniel. Este profeta, ao escrever as revelações recebidas do anjo Gabriel sobre o combate para libertar a nação eleita da servidão aos persas, afirma que ninguém a defenderá "a não ser Miguel, vosso príncipe" (Dn 10, 22). E acrescenta ao narrar as tribulações de épocas vindouras: "Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande príncipe, o protetor dos filhos de seu povo" (Dn 12, 1).
O serafim da fidelidade não cessou de proteger o povo de Israel e velar pela fé da Sinagoga até o momento supremo da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Escureceu-se o sol e houve trevas, a terra tremeu, fenderam-se as rochas e o véu do Templo - monumental tecido de jacinto, púrpura e escarlate que cobria a entrada do impenetrável "Santo dos Santos" - rasgou-se em duas partes, de alto a baixo (cf. Mt 27, 51; Mc 15, 38; Lc 23, 45). Narra- nos o famoso historiador judeu, Flávio Josefo, que depois desses acontecimentos os próprios sacerdotes do Templo escutaram dentro do recinto sagrado uma misteriosa voz que clamava repetidas vezes: "Saiamos daqui!" (15).
São Miguel, a sentinela de Israel, abandonava definitivamente o Templo da Antiga Aliança, inútil agora, porque o único e verdadeiro sacrifício acabava de consumar-se no alto do Calvário. Do coração trespassado do Cordeiro Imaculado nascia a Santa Igreja, Corpo Místico de Cristo, Templo eterno do Espírito Santo. E a partir desse instante, Miguel o triunfador, o primeiro adorador do Verbo encarnado, tornou-se também o vigilante protetor da única Igreja de Deus.
A este respeito escreveu o cardeal Shuster: "Depois do ofício de pai legal de Jesus Cristo, que corresponde a São José, não há na terra nenhum ministério mais importante e mais sublime do que o conferido a São Miguel: protetor e defensor da Igreja" (16).

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Maria faz parte da cruz

É assim que Ela acompanha Jesus, acompanha a vida, acompanha todos nós




Maria estava aos pés da cruz. “Junto à cruz de Jesus, estava de pé sua mãe” (João 19, 25).
 
Maria estava lá, naquela cruzMaria era muito mais que aquele lugar que cheirava a injustiça, dor, morte. Maria era mãe, filha, esposa. Era menina e rainha. Era escrava e pobre.
 
Nesse mesmo lugar, havia muitas pessoas: soldados, curiosos, simples espectadores, escribas, fariseus, amigos e inimigos de Jesus. Muitos estavas lá de passagem. Não ficaram lá para sempre. Quando tudo acabou, voltaram para suas casas. Poucos tiveram suas vidas transformadas por ter estado lá naquele dia.
 


Maria, no entanto, ficou para sempre aos pés da cruz. Esse “estar” transformou seu coração de mãe. Hoje, ela continua estando ao lado da cruz. Essa ferida de tanta dor engrandeceu sua alma e a tornou navegável para os homens.
 
Seus pés ficaram pregados na terra, no mais profundo. Seu rosto permaneceu virado em direção ao céu, olhando para a luz escondida na morte. Sua alma ficou pregada na cruz de Cristo para sempre, unida ao seu Filho, atada como esposa.
 
São Bernardo disse a Maria: “Esta espada não teria penetrado na carne do teu Filho sem atravessar a tua alma. A cruel espada que abriu seu lado, sem perdoá-lo mesmo depois de morto, não chegou a tocar sua alma, mas sim atravessou a tua”.
 


Maria é essa mulher sólida que não se deixa levar pelos ventos, pelos medos, pela vida. Ao olhar para ela, sentimos nossa própria fraqueza, nossa vulnerabilidade, nossa instabilidade. Nosso atos e palavras são fugazes.
 
Quantas vezes não estamos onde devemos estar! Nossas palavras não realizam atos. Nosso amor não se expressa na vida. Não somos o que queremos ser. Deixamo-nos levar pelo vento, estremecemos diante das cruzes do caminho, caímos e não conseguimos nos apoiar uns nos outros.
 


Olhar para Maria é pedir o dom de saber estar na vida como ela esteve. “Estar” enraizado significa estar ancorado no mais profundo da vida, no mais profundo de Deus. Entre o céu e a terra. No céu e na terra. Estar tem uma conotação de eternidade.
 
Maria nunca desceu da cruz de Jesus desde aquele momento. Lá, ela abraça seu Filho e abraça todos nós. Ela não está de passagem pela nossa vida. Não sai correndo, não finge que não viu: ela se detém diante de nós.
 


Nesse gesto, insignificante para muitos, Maria se doa. Não se vê o movimento. Está contido em todo o seu amor, que se dá. Mas esse “estar” de Maria vai muito além daquele madeiro. É um amor que não fica preso à cruz. É um amor que toca as pessoas e as acompanha no caminho da vida.
 
Maria vem até nós. E seu amor crucificado se torna um amor que nos levanta, que nos carrega e sustenta nossas vidas. O amor de Mariase coloca em caminho, torna-se peregrino. Seu “estar” se faz encontro, movimento, vida.
 


Ela está em nós, conosco, ao nosso lado, aos pés da nossa cruz, caminhando conosco. É e está ao nosso lado.